terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dia de São Valentim

     No dia 14 de fevereiro, o AMOR apoderou-se da Escola da Maceira. Namoradeira, a Biblioteca deixou-se encantar pelas "maneiras de fazer amor"...  Dando luz a um sentimento, declamando poemas, espalhando mensagens, sugerindo leituras...
   

A música atual - um olhar crítico (continuação)

So Far Away

A música “So Far Away” da banda Avenged Sevenfold data do ano corrente e é uma homenagem ao baterista da banda , James Sulivan, que faleceu a 28 de Dezembro de 2009. A muúsica, escrita pelo guitarrista Synister Gates, fala sobre a perda de alguém.
O tema desta música é o sofrimento que a morte nos pode trazer. Fala sobre os nossos entes queridos que perderam a vida e dos quais sentimos muita falta e a quem não iremos esquecer porque, afinal, ” I love you”.
Esta música fala também da dificuldade que é passar pela morte de alguém próximo:“How do I live without the ones I love?” e do facto, muito natural, da morte poder acontecer sem aviso, havendo coisas que nunca foram ditas e que gostaríamos que tivessem sido ditas – ” I have so much to say but you're so far away”. Ao ouvir esta música, é possível sentir a tristeza dos membros da banda, ainda mais patente no videoclip pois todos estão presentes à exceção do baterista que é recordado através de fotos e vídeos.
Esta é uma das minhas músicas favoritas, não só pela sua sonoridade, que é excelente, mas também pelo seu significado emocional. É uma música que nos faz pensar e refletir na vida e nas pessoas de quem gostamos.

                                                        Miguel Gabriel, 11.º A

A música atual - um olhar crítico (continuação)

Memórias de infância

                O intérprete de “Pólo Norte” foi o criador da música que irei analisar –  “Se eu voltasse atrás”.
                A letra dirige-se a um jovem, de idade inferior ao emissor, e remete-nos para as saudades que o sujeito tem dos tempos passados, em que vivia melhores momentos.
                Este sujeito começa por nos dizer que se lembra dos tempos em que tinha a idade da pessoa para a qual escreveu a letra, referindo que nesse tempo não percebia a preciosidade de tais momentos. Nessa fase, não dava o devido valor à idade pela qual passava, e apenas alguns anos mais tarde, quando já não vivia tais prazeres, percebeu a grandiosidade da infância. São referidas várias vivências do passado, como, por exemplo, “Corria pelas ruas”, “As noites passadas / à volta de uma fogueira”. São estes os melhores momentos que o sujeito confessa que já viveu (“São esses tempos / Que nos deixam mais saudades / Os melhores momentos / Que eu já vivi”) e que, se pudesse, voltava atrás no tempo, mesmo oferecendo mais tempo da sua vida atual por apenas algum naquela idade (“Trocava alguns anos desta vida / Por um só dia na tua idade”).
                Analisando a letra da música, facilmente percebemos que o emissor quer voltar atrás no tempo e quer reviver o passado, salientando um misto de saudade e de tristeza, uma vez que é impossível recuperar esse passado. É também um apelo ao destinatário para que dê o devido valor ao que está a viver e aproveitar da melhor forma o tempo que tem, fazendo-o ter noção da riqueza do que está a viver.

                                                                         João Ramos, 11.º A



A música atual - um olhar crítico (continuação)

The Heretic Anthem


“The Heretic Anthem” dos Slipknot tem uma mensagem muito forte em relação à indústria musical de hoje em dia. Esta é uma música que toma uma posição agressiva em relação a este assunto, perceptível pelo tom de voz empregue; além disso, a sonoridade pesada, com utilização de sons graves, em muito contribui para agudizar esta agressividade.
Podemos perceber ao longo da música que esta se torna uma luta pessoal não só contra os estereótipos musicais, mas também contra a falsa imagem que os artistas de hoje em dia tentam passar ao público de maneira a que sejam mais populares.
No primeiro verso da música, “I'm a pop star threat and I'm not dead yet”, a banda afirma-se como uma ameaça às pop stars, uma voz resistente que ainda não foi calada, nem censurada por ninguém. Também se refere à própria banda como um tiro para a indústria musical, como podemos ver no verso “an idolized bang for the industry killer” –  as editoras musicais são como assassinos, pois não dão oportunidades a bandas com estilos menos comerciais como o heavy metal.
O refrão tem apenas dois versos distintos: “if you're 555, then I'm 666” e “what’s it like to be a heretic?Com o primeiro, os membros da banda querem mostrar que estão num nível acima das capacidades das pessoas comuns; comparam-se ao diabo através da referência ao numeral 666, ironizando um dos estereótipos do seu género musical que é a assiciação a satanás e a rituais satânicos. O segundo é uma pergunta que a banda faz a ela própria,“qual é a sensação de ser um herege?”, demostrando uma vez mais que são diferentes e que têm uma mentalidade diferente da da sociedade atual.
A segunda estrofe contém uma crítica direta a esta sociedade preconceituosa; “Everybody defamates from miles away / but face to face / they haven’t got a thing to say” são versos que mostram como as pessoas julgam sem tentarem perceber a razão de toda esta agressividade.
Ao longo da música existem também referências às falsas vidas que as pop stars tentam dar a entender que têm. Apesar de a crítica ser direcionada para a indústria musical, poder-se-á também estender a todas as pessoas que tentam mostrar mais do que na realidade são.
Após leitura da letra e de uma audição mais cuidadas, percebi a força que a música tem, não só para passar mensagens, mas também para conduzir à tomada de posições.
                                                                       Francisco Monteiro, 11.º A

A música atual - um olhar crítico

No âmbito do projeto "Filhote de tecnologias não cai em iliteracias", os alunos do 11.º A escolheram um videoclip sobre o qual  se pronunciaram criticamente. Eis alguns dos trabalhos:



          Adele Laurie Blue Adkins nasceu em Enfield a 5 de maio de 1988; é conhecida pelo nome artístico Adele, e é cantora e compositora.
“Rolling in the Deep” é uma das suas músicas mais famosas, lançada no álbum 21, a 29 de novembro de 2010; é uma mistura musical de soul, blues e rock. Tem uma duração de 3 minutos e 50 segundos efoi composta pela própria Adele e por Paul Epworth.
A letra da música fala de um desgosto amoroso e da forma como a cantora lidou, e lida, com a situação. É uma canção extremamente triste, bem como o seu videoclip. São aproximadamente 4 minutos dentro de uma casa que parece estar em obras, com muitas telas brancas e copos de vidro onde pinga água. É todo um ambiente monocromático, onde apenas Adele aparece a cores, revelando todo o seu sofrimento e toda a sua dor. É alguém para quem a vida deixou de ter sentido por isso a alegria da cor desapareceu e o mundo é visto a duas cores: o branco e o negro. Simbolicamente, o negro significa austeridade, solidão, isolamento, e está intrinsecamente ligado ao infinito, ao silêncio, a uma certa força misteriosa e passiva tradicional e socialmente associada às mulheres, acentuando o abismo emocional em que caiu. Por outro lado, o branco pode atenuar a angústia, o desespero, fazer renascer os pensamentos positivos e despertar a bondade, o otimismo, a perfeição. Poderá ser uma luz de esperança, uma espécie de alento que a leve a acreditar novamente em si e a seguir em frente, não sem antes se vingar.
          O nome da música, “Rolling in the Deep” (“Amando Incondicionalmente”), está carregado de sofrimento. O sujeito poético conhece a verdade e o comportamento de alguém que a fez sofrer imenso, que ignorou os seus sentimentos, que os pisou – “Finally, I can see you cristal clear” (“Finalmente, consigo ver-te claramente”). Há uma ameaça velada, paira no ar a promessa de vingança: “Baby I’ve no story to be told / But I’ve heard one of you and I’m gonna make your head burn” (“Não tenho nenhuma história para ser contada / Mas ouvi uma tua e vou massacrar-te”); “You pay me back in kind and reap just what you sow” (“Vou-te pagar na mesma moeda e vais colher o que semeaste”). Há uma metáfora que acho particularmente ilustrativa do que vai na sua alma de mulher: ” Think of me in the depths of your despair /Making a home down there, as mine sure won't be shared (“Pensa em mim nas profundezas do teu desespero / Pode fazer uma casa por lá pois não vou dividir a minha.”). Mas concretizar-se-á esta ameaça? Ou será apenas uma forma de aplacar a dor, de extravasar o que sente, como se esta catarse purificasse a sua alma e os seus pensamentos?
Considero esta música absolutamente cativante, uma letra que nos toca, que nos obriga a refletir e a equacionar os nossos relacionamentos e a confiança que depositamos nos outros. A dicotomia entre a beleza da melodia e a mágoa/ressentimento da letra, é apenas uma aparente contradição, pois elas completam-se e é isto que me leva a gostar tanto desta canção.
                                                                                                                          Filipa Falcão

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Na Rota dos Escritores Contemporâneos

O escritor do mês de fevereiro é...





  Jornalista de televisão português, José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964, na Beira, em Moçambique. Em 1975, depois da Revolução do 25 de abril de 1974, a sua família regressou a Portugal e instalou-se em Vila Nova de Gaia. Depois de uma breve passagem por Lisboa, José Rodrigues acabou por ir viver para Macau em 1979. Foi neste território que, aos 17 anos, se iniciou no jornalismo na Rádio Macau após ter despertado as atenções do meio ao elaborar um jornal escolar. Ainda com 17 anos regressou a Portugal para frequentar o curso de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa. Após ter concluído o curso candidatou-se com sucesso a um estágio de três meses em Londres, na Inglaterra, no canal de televisão da BBC (British Broadcasting Corporation - Companhia Britânica de Radiodifusão).
De novo em Portugal foi premiado pelo Clube Português de Imprensa, em 1986, e pelo American Club of Lisbon (Clube Americano de Lisboa), em 1987. Entretanto, a BBC convidou-o a trabalhar em Londres, o que levou José Rodrigues dos Santos a regressar a Inglaterra, onde desta vez ficou três anos. Nesta época passou a ser correspondente da Radiotelevisão Portuguesa, estação onde ingressou em 1990, quando se estabeleceu definitivamente em Lisboa. Na estação pública de televisão começou por ser repórter para, ainda em 1990, apresentar o "24 Horas", jornal emitido por volta da meia-noite, e o "Telejornal", que vai para o ar à hora de jantar.
Tornou-se uma das caras mais conhecidas da televisão depois de ter passado dez horas em direto na RTP no dia em que começou a Guerra do Golfo, a 16 de janeiro de 1991. Como repórter de guerra esteve em Timor Leste, Angola, África do Sul, Koweit, Iraque, Bósnia e Jugoslávia.
Mesmo com o aparecimento dos canais privados de televisão SIC e TVI, que levaram a RTP a perder audiências, manteve-se no canal estatal, onde chegou a diretor de programas e a diretor de informação.
José Rodrigues dos Santos foi premiado diversas vezes ao longo da sua carreira, com destaque para as distinções atribuídas pela CNN, canal de notícias norte-americano. Em 1995 foi premiado devido a uma reportagem sobre a Guerra de Angola e dois anos depois graças a um trabalho jornalístico sobre os bunkers na Albânia. Em junho de 2001 recebeu o prémio carreira World Report, um dos mais importantes do mundo a nível de jornalismo televisivo.
Ainda em 2001, lançou Crónicas de Guerra. Da Crimeia a Dachau (vol.I) e Crónicas de Guerra. De Saigão a Bagdade, (Vol. II), livros que relatam, as aventuras dos repórteres portugueses em diversos campos de batalha do mundo. Em 2002 publicou mais um livro, intitulado A Ilha das Trevas, em 2004 A Filha do Capitão, em 2005, O Codex 632, no ano seguinte, A Fórmula de Deus, em 2007, O Sétimo Selo e em 2008 A Vida Num Sopro.
 José Rodrigues dos Santos. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012



Prémio Incentivarte oferecido à Biblioteca

     Os alunos do 7ºA, C, D, E e F, sob a coordenação das professoras Otília Lopes e Solange Santos participaram na Mostra de Esculturas, subordinada ao tema INCENTIVARTE 2011 – Natal, promovido pelo Município de Leiria, em conjunto com a VALORLIS, a SIMLIS e a ACILIS com a escultura "A Nova Luz de Natal".
    No dia 6 de janeiro, numa cerimónia singela, receberam um cheque livro, no valor de 35 euros e um DVD, que amavelmente ofereceram à biblioteca do Agrupamento, no dia 7 de fevereiro. Em nome de todos os leitores, o nosso muito obrigado!
   

Sugestão da semana "Enquanto Salazar dormia"

"Nada, de repente, existia. A não ser Lisboa, cinquenta anos atrás. A minha Lisboa, onde amei tanto e tantas vezes. A minha Lisboa, das pensões e dos espiões, dos barcos ingleses e dos submarinos alemães; a Lisboa das ligas da Mary em cima de um lençol branco; a Lisboa dos cocktails no Aviz enquanto eu perseguia Alice; a Lisboa do penteado "à refugiada" da minha noiva, a Carminho; a Lisboa dessa menina linda, frágil e alemã, Anika, por quem arrisquei o pescoço; a Lisboa de Michael..."


    Lisboa, 1941. Um oásis de tranquilidade numa Europa fustigada pelos horrores da II Guerra Mundial. Os refugiados chegam aos milhares e Lisboa enche-se de milionários e actrizes, judeus e espiões. Portugal torna-se palco de uma guerra secreta que Salazar permite, mas vigia à distância.
    Jack Gil Mascarenhas, um espião luso-britânico, tem por missão desmantelar as redes de espionagem nazis que actuavam por todo o país, do Estoril ao cabo de São Vicente, de Alfama à Ericeira. Estas são as suas memórias, contadas 50 anos mais tarde. Recorda os tempos que viveu numa Lisboa cheia de sol, de luz, de sombras e de amores. Jack Gil relembra as mulheres que amou; o sumptuoso ambiente que se vivia no Hotel Aviz, onde espiões se cruzavam com embaixadores e reis; os sinistros membros da polícia política de Salazar ou mesmo os taxistas da cidade. Um mundo secreto e oculto, onde as coisas aconteciam "enquanto Salazar dormia", como dizia ironicamente Michael, o grande amigo de Jack, também ele um espião do MI6. Num país dividido, os homens tornam-se mais duros e as mulheres mais disponíveis. 
    Fervem intrigas e boatos, numa guerra suja e sofisticada, que transforma Portugal e os que aqui viveram nos anos 40.
                                                 http://www.wook.pt/ficha/enquanto-salazar-dormia-/a/id/179841

"Uma amizade eterna"

A aluna Inês Pedroso Abegão, do 8.º ano, escreveu uma história interessante sobre a amizade.

      Era uma vez um rapaz de quinze anos chamado Afonso. Ele vivia em Lisboa com a sua família e  um dia, ele e os seus amigos, foram convidados para fazer um cruzeiro, no dia 9 de Julho, pelo Oceano Pacífico. Ele, claro, aceitou, pois podia ser uma oportunidade única.
    No dia 8 de Julho, no dia anterior ao cruzeiro, ele estava excitado e cheio de curiosidade pois não sabia o que iria aprender. Ajeitou tudo e até esteve a confirmar a bagagem duas vezes pois, com tanta excitação, podia ter-se esquecido de algumas coisas.     
   Chegou, finalmente, o dia 9 de Julho e foi até ao porto de Sagres, no Algarve. Ao chegar lá, viu os seus amigos a despedirem-se e fez o mesmo. Claro que para ele era complicado despedir-se dos pais, porque das várias vezes que tinha estado fora de casa tinha sido durante um curto período de tempo e, desta vez, iria estar ausente vários meses.

    
Passados alguns minutos embarcou.     Iria ser uma longa viagem mas ninguém estava à espera do que iria acontecer.
    
Passaram dias e meses, o mar estava calmo, de dia o céu estava sempre azul e parecia tudo tranquilo e normal.
    
Até que, certo dia, quando iam já no oceano Índico, quase a chegar ao oceano Pacífico, foram alvo de uma violenta e perigosa tempestade. Era tão perigosa e violenta que o navio naufragou e, ainda por cima, alguns jovens morreram. Outros tiveram a sorte de serem salvos pelos salva vidas e com a ajuda de helicópteros, mas houve um que não teve a mesma sorte que foi Afonso. Este não foi salvo, mas como era forte conseguiu andar à deriva no mar sem comer e sem beber. Ele, às vezes, quando sentia forças, tentava nadar mesmo sem saber para onde se dirigia, nem se iria morrer ou sobreviver.
   
Até que, passados quatro dias, foi ter a uma ilha. Acordou deitado na areia, sem saber onde estava, meio zonzo e, ao olhar em volta, ao ver árvores e mais árvores, deduziu que devia de estar numa ilha pois tudo era tão belo e luminoso que parecia ser um sonho. Ao ver tanta beleza até se beliscou para ver se estava a sonhar, pois sabia que nenhum ser humano poderia gerar uma paisagem tão bela. A ilha era deserta, mas Afonso pensava que era habitada e, na verdade, nunca ninguém tinha ido aquela ilha, nem ninguém a tinha descoberto, por isso nem nos mapas aparecia.
    
Afonso ao achar que era habitada, pensou que estava a salvo, mas acabou por deduzir que havia um problema: se os habitantes daquela ilha fossem índios ou selvagens podia ser atacado e morrer, caso não conseguisse comunicar com eles, e, mesmo que se entendessem era um grande problema porque assim não sobreviver.    Ele ergueu-se e, com todas as suas forças, que já não eram muitas, tentou entrar na floresta e procurar alguém para o ajudar, o que não aconteceu.
   
Já tinha percorrido um longo caminho e ainda não tinha encontrado ninguém, por isso ele decidiu encontrar comida e bebida sozinho.
    
Lá ia ele, só, no meio da floresta quando, de repente,…
    
…Zzassss…
    
Ao ouvir aquele ruído desconhecido, ficou imóvel como uma estátua, e com medo, perguntando para si mesmo o que seria aquilo.
   
O som repetiu-se e o rapaz, bem alto, perguntou quem estava ali.
   
Apareceu-lhe pela frente um macaco muito pequeno e fofinho, que ao andar a brincar sozinho com as lianas, fazia aquele ruído desconhecido que lhe tinha metido tanto medo (ao rapaz).
   
O macaco, ao ver o rapaz saltou para cima dele com grande alegria por não estar sozinho.
   
Ao início, o rapaz assustou-se e não reagiu, mas de um momento para o outro sentiu que tinha feito um novo amigo, não humano mas animal.
  
Passaram alguns dias e o rapaz, que já sabia que a ilha era desabitada, andava sempre na companhia do macaco e até acabou por lhe dar um nome muito engraçado, que foi Brincalhão.
   
Só o rapaz sabia como era viver sozinho no meio da floresta, de uma ilha e do oceano, longe dos amigos e, principalmente, dos pais. Mas tinha um amigo que nunca o deixava sozinho. Se o rapaz fosse à procura de comida, o macaco ia sempre com ele.
   
Se o rapaz se magoasse, o macaco tentava curá-lo, e ao mesmo tempo Afonso também fazia o mesmo ao macaco.
   
Eles, no verão, entretinham-se a fazer pranchas para depois irem para a praia dar uns mergulhos e fazer surf.
  
Se alguém os visse naquela praia, ao Afonso e ao macaco, achava que eles viviam um para o outro, o que era verdade. Como eu disse, eles nunca se separavam, mas era nos momentos mais difíceis que se notava que eles eram verdadeiros amigos, pois o macaco ouvia sempre Afonso, apesar de provavelmente não perceber nada.
  
Claro que mesmo que o rapaz quisesse voltar para junto dos seus pais não podia, pois não tinha telemóvel, nem forma de comunicar e também não iria a nado até eles, pois estava muito longe.
  
Passaram anos e anos, e claro que Afonso e o macaco envelheceram.
   
Certo dia, o macaco ficou gravemente doente, uma doença sem cura, que podia originar-lhe a morte.
  
Passadas algumas semanas o pobre do macaco já velho, morreu. Afonso ficou com um desgosto enorme, pois era a sua única companhia e tinha acabado de perder um grande amigo.
 
Afonso passou seis dias sem comer e sem beber, ao lado do macaco, a fazer-lhe companhia e sempre a chorar e acabou também por morrer, ao lado do amigo do peito.
 
                                                                      Fim
Conselho:

    Se estiverem a passar mal e um amigo vos der atenção quer dizer que esse amigo é um bom amigo e fará tudo por vocês. É na doença e na tristeza que se conhecem os verdadeiros amigos.
  
Esta história pode mostrar que uma grande amizade pode ir até à morte: foi o que aconteceu entre o macaco e Afonso.