Há 18 anos que os Harte e os Gold vivem lado a lado. As duas famílias são muito amigas, por isso o namoro dos dois adolescentes, Chris Harte e Emily Gold, não foi surpresa para ninguém. Quando os pais dos jovens recebem um telefonema do hospital, não fazem ideia da gravidade da situação: Emily está morta, com um tiro na cabeça, e Chris está ferido. Os dois foram encontrados juntos, o que leva a polícia a acusar Chris de homicídio. Este afirma que os jovens tinham um pacto de suicídio, mas, ao longo do livro, apercebemo-nos das suas verdadeiras intenções naquela noite. A autora vai-nos apresentando também o passado dos dois adolescentes. Nestas retrospeções, descobrimos os verdadeiros sentimentos que Emily tem por Chris e os acontecimentos que viveu, sem nunca deixar escapar o menor indício a ninguém.
Indicações
Este livro é indicado a pessoas que gostem de livros que apelam aos nossos sentimentos, pois as sensações de cada personagem são tão fortemente expressas que muitas vezes nós próprios as sentimos. Para quem acha que é imune ao choro, este livro pode ser um desafio à altura de qualquer campeão. A dificuldade deste desafio é semelhante à dificuldade de descascar cebolas sem chorar.
Precauções
Como a autora nos consegue envolver com a história? Fazendo-nos sentir o que as personagens estão a sentir, por isso é indicado ter, pelo menos, uma caixa de lenços e uma garrafa de água, para limpar as lágrimas e manter-nos hidratados. Ao longo da história, apercebemo-nos que Emily esconde os seus verdadeiros sentimentos, tal como quando, por exemplo, subitamente descobrimos que ela foi violada, o que pode levar o leitor a pôr em causa o que as outras pessoas nos transmitem, como a felicidade que mascara uma profunda dor emocional, ou, nos piores casos, conduz à paranoia. Se mostrar sinais da última, é aconselhável a paragem da leitura e visitar um psicólogo.
Posologia
Devido à alienação que o livro nos causa devido à descrição de várias situações e locais, como a prisão onde Chris aguarda julgamento, é aconselhável que o leitor efetue paragens frequentes para que a sua perceção da realidade não seja alterada. A mesma dose é recomendada para quem se comove facilmente, pois as situações vividas pelas personagens, tal como a perda de uma filha, são propícias a dores emocionais muito fortes.
Dose de leitura
“- O que te incomoda mais?
Chris ficou em silêncio. Não era o facto de não acreditarem na sua palavra; se a situação se invertesse, também ele terias as suas dúvidas. Nem sequer era por todos naquela maldita escola o tratarem como se lhe tivessem crescido seis cabeças de um dia para o outro. Era por, depois de o terem visto com Emily, poderem acreditar que seria capaz de magoá-la voluntariamente.
- Eu amava-a – disse ele numa voz entrecortada – Não consigo esquecer-me disso. Por isso não percebo como as outras pessoas conseguem.”
Francisco Monteiro, 11.º A
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