terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A música atual - um olhar crítico

No âmbito do projeto "Filhote de tecnologias não cai em iliteracias", os alunos do 11.º A escolheram um videoclip sobre o qual  se pronunciaram criticamente. Eis alguns dos trabalhos:



          Adele Laurie Blue Adkins nasceu em Enfield a 5 de maio de 1988; é conhecida pelo nome artístico Adele, e é cantora e compositora.
“Rolling in the Deep” é uma das suas músicas mais famosas, lançada no álbum 21, a 29 de novembro de 2010; é uma mistura musical de soul, blues e rock. Tem uma duração de 3 minutos e 50 segundos efoi composta pela própria Adele e por Paul Epworth.
A letra da música fala de um desgosto amoroso e da forma como a cantora lidou, e lida, com a situação. É uma canção extremamente triste, bem como o seu videoclip. São aproximadamente 4 minutos dentro de uma casa que parece estar em obras, com muitas telas brancas e copos de vidro onde pinga água. É todo um ambiente monocromático, onde apenas Adele aparece a cores, revelando todo o seu sofrimento e toda a sua dor. É alguém para quem a vida deixou de ter sentido por isso a alegria da cor desapareceu e o mundo é visto a duas cores: o branco e o negro. Simbolicamente, o negro significa austeridade, solidão, isolamento, e está intrinsecamente ligado ao infinito, ao silêncio, a uma certa força misteriosa e passiva tradicional e socialmente associada às mulheres, acentuando o abismo emocional em que caiu. Por outro lado, o branco pode atenuar a angústia, o desespero, fazer renascer os pensamentos positivos e despertar a bondade, o otimismo, a perfeição. Poderá ser uma luz de esperança, uma espécie de alento que a leve a acreditar novamente em si e a seguir em frente, não sem antes se vingar.
          O nome da música, “Rolling in the Deep” (“Amando Incondicionalmente”), está carregado de sofrimento. O sujeito poético conhece a verdade e o comportamento de alguém que a fez sofrer imenso, que ignorou os seus sentimentos, que os pisou – “Finally, I can see you cristal clear” (“Finalmente, consigo ver-te claramente”). Há uma ameaça velada, paira no ar a promessa de vingança: “Baby I’ve no story to be told / But I’ve heard one of you and I’m gonna make your head burn” (“Não tenho nenhuma história para ser contada / Mas ouvi uma tua e vou massacrar-te”); “You pay me back in kind and reap just what you sow” (“Vou-te pagar na mesma moeda e vais colher o que semeaste”). Há uma metáfora que acho particularmente ilustrativa do que vai na sua alma de mulher: ” Think of me in the depths of your despair /Making a home down there, as mine sure won't be shared (“Pensa em mim nas profundezas do teu desespero / Pode fazer uma casa por lá pois não vou dividir a minha.”). Mas concretizar-se-á esta ameaça? Ou será apenas uma forma de aplacar a dor, de extravasar o que sente, como se esta catarse purificasse a sua alma e os seus pensamentos?
Considero esta música absolutamente cativante, uma letra que nos toca, que nos obriga a refletir e a equacionar os nossos relacionamentos e a confiança que depositamos nos outros. A dicotomia entre a beleza da melodia e a mágoa/ressentimento da letra, é apenas uma aparente contradição, pois elas completam-se e é isto que me leva a gostar tanto desta canção.
                                                                                                                          Filipa Falcão

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