quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

"Uma amizade eterna"

A aluna Inês Pedroso Abegão, do 8.º ano, escreveu uma história interessante sobre a amizade.

      Era uma vez um rapaz de quinze anos chamado Afonso. Ele vivia em Lisboa com a sua família e  um dia, ele e os seus amigos, foram convidados para fazer um cruzeiro, no dia 9 de Julho, pelo Oceano Pacífico. Ele, claro, aceitou, pois podia ser uma oportunidade única.
    No dia 8 de Julho, no dia anterior ao cruzeiro, ele estava excitado e cheio de curiosidade pois não sabia o que iria aprender. Ajeitou tudo e até esteve a confirmar a bagagem duas vezes pois, com tanta excitação, podia ter-se esquecido de algumas coisas.     
   Chegou, finalmente, o dia 9 de Julho e foi até ao porto de Sagres, no Algarve. Ao chegar lá, viu os seus amigos a despedirem-se e fez o mesmo. Claro que para ele era complicado despedir-se dos pais, porque das várias vezes que tinha estado fora de casa tinha sido durante um curto período de tempo e, desta vez, iria estar ausente vários meses.

    
Passados alguns minutos embarcou.     Iria ser uma longa viagem mas ninguém estava à espera do que iria acontecer.
    
Passaram dias e meses, o mar estava calmo, de dia o céu estava sempre azul e parecia tudo tranquilo e normal.
    
Até que, certo dia, quando iam já no oceano Índico, quase a chegar ao oceano Pacífico, foram alvo de uma violenta e perigosa tempestade. Era tão perigosa e violenta que o navio naufragou e, ainda por cima, alguns jovens morreram. Outros tiveram a sorte de serem salvos pelos salva vidas e com a ajuda de helicópteros, mas houve um que não teve a mesma sorte que foi Afonso. Este não foi salvo, mas como era forte conseguiu andar à deriva no mar sem comer e sem beber. Ele, às vezes, quando sentia forças, tentava nadar mesmo sem saber para onde se dirigia, nem se iria morrer ou sobreviver.
   
Até que, passados quatro dias, foi ter a uma ilha. Acordou deitado na areia, sem saber onde estava, meio zonzo e, ao olhar em volta, ao ver árvores e mais árvores, deduziu que devia de estar numa ilha pois tudo era tão belo e luminoso que parecia ser um sonho. Ao ver tanta beleza até se beliscou para ver se estava a sonhar, pois sabia que nenhum ser humano poderia gerar uma paisagem tão bela. A ilha era deserta, mas Afonso pensava que era habitada e, na verdade, nunca ninguém tinha ido aquela ilha, nem ninguém a tinha descoberto, por isso nem nos mapas aparecia.
    
Afonso ao achar que era habitada, pensou que estava a salvo, mas acabou por deduzir que havia um problema: se os habitantes daquela ilha fossem índios ou selvagens podia ser atacado e morrer, caso não conseguisse comunicar com eles, e, mesmo que se entendessem era um grande problema porque assim não sobreviver.    Ele ergueu-se e, com todas as suas forças, que já não eram muitas, tentou entrar na floresta e procurar alguém para o ajudar, o que não aconteceu.
   
Já tinha percorrido um longo caminho e ainda não tinha encontrado ninguém, por isso ele decidiu encontrar comida e bebida sozinho.
    
Lá ia ele, só, no meio da floresta quando, de repente,…
    
…Zzassss…
    
Ao ouvir aquele ruído desconhecido, ficou imóvel como uma estátua, e com medo, perguntando para si mesmo o que seria aquilo.
   
O som repetiu-se e o rapaz, bem alto, perguntou quem estava ali.
   
Apareceu-lhe pela frente um macaco muito pequeno e fofinho, que ao andar a brincar sozinho com as lianas, fazia aquele ruído desconhecido que lhe tinha metido tanto medo (ao rapaz).
   
O macaco, ao ver o rapaz saltou para cima dele com grande alegria por não estar sozinho.
   
Ao início, o rapaz assustou-se e não reagiu, mas de um momento para o outro sentiu que tinha feito um novo amigo, não humano mas animal.
  
Passaram alguns dias e o rapaz, que já sabia que a ilha era desabitada, andava sempre na companhia do macaco e até acabou por lhe dar um nome muito engraçado, que foi Brincalhão.
   
Só o rapaz sabia como era viver sozinho no meio da floresta, de uma ilha e do oceano, longe dos amigos e, principalmente, dos pais. Mas tinha um amigo que nunca o deixava sozinho. Se o rapaz fosse à procura de comida, o macaco ia sempre com ele.
   
Se o rapaz se magoasse, o macaco tentava curá-lo, e ao mesmo tempo Afonso também fazia o mesmo ao macaco.
   
Eles, no verão, entretinham-se a fazer pranchas para depois irem para a praia dar uns mergulhos e fazer surf.
  
Se alguém os visse naquela praia, ao Afonso e ao macaco, achava que eles viviam um para o outro, o que era verdade. Como eu disse, eles nunca se separavam, mas era nos momentos mais difíceis que se notava que eles eram verdadeiros amigos, pois o macaco ouvia sempre Afonso, apesar de provavelmente não perceber nada.
  
Claro que mesmo que o rapaz quisesse voltar para junto dos seus pais não podia, pois não tinha telemóvel, nem forma de comunicar e também não iria a nado até eles, pois estava muito longe.
  
Passaram anos e anos, e claro que Afonso e o macaco envelheceram.
   
Certo dia, o macaco ficou gravemente doente, uma doença sem cura, que podia originar-lhe a morte.
  
Passadas algumas semanas o pobre do macaco já velho, morreu. Afonso ficou com um desgosto enorme, pois era a sua única companhia e tinha acabado de perder um grande amigo.
 
Afonso passou seis dias sem comer e sem beber, ao lado do macaco, a fazer-lhe companhia e sempre a chorar e acabou também por morrer, ao lado do amigo do peito.
 
                                                                      Fim
Conselho:

    Se estiverem a passar mal e um amigo vos der atenção quer dizer que esse amigo é um bom amigo e fará tudo por vocês. É na doença e na tristeza que se conhecem os verdadeiros amigos.
  
Esta história pode mostrar que uma grande amizade pode ir até à morte: foi o que aconteceu entre o macaco e Afonso.

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